24.6.05
Misa no palco da orquestra
Noite do São João, onze da noite. Achego-me ao bairro dos Chãos em Monforte, por ver de comer uma sardinha e de saltar a fogueira. É o único bairro onde ainda se celebra o solsticio do verão. No resto de bairros e parróquias, a gente marchou, outra morreu, outros chegaram e fizeram chalets, e já ninguem monta a fogueira.
Ao chegar aos Chãos, um feixe de gente diante do palco da festa. E enriba do palco, o senhor cura da parróquia, com o seu coro de guitarras desafinadas e toda a parafernália eclesiastica. Son-che cousas que dão que pensar... O senhor cura transmutando pão e vinho en carne e sangue no escenário onde uns minutos depois a carne mulata duma cantante com pouca voz, menos roupa e torpes movementos fará ferver o sangue dos membros da terceira idade que tratam de bailar um passodoble. O senhor cura da igreja católica santificando uma festa essencialmente pagã, onde o elemento central é o lume, um simbolo pre-cristão.
A cacharela apenas umas quantas bases de palés com cartões. Muito lume ao arrincar, mas durou apenas quinze minutos. A tradição vai esmorecendo.
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1 comentário:
Non estou de acordo contigo, non sei, penso que quizais a propia festa non tivo tanta tradición no interior coma noutras partes da Galiza, nin lle vexo moito problema ao feito de que os curas procedan a celebrar misa nesa noite, entendo que é un fenómeno común a moitas outras celebraciós pagás, vexase o día de defuntos!!
O que si que entendo como problemático é o feito de que a celebración se convirta nunha festa alcoholica, de igual maneira que acontece con moitas das tradicionais romarias (Os Caneiros, O San Fins do Castro) ou outras festas parecidas coma os magostos ou así; támén é lóxico na medida en que nos facemos urbanitas e somentes voltamos ao medio natural en contadas ocasiós; non nos maravillamos dos fenómenos naturais que foron orixe de todas estas festas, os montes enormes, os cabos maritimos máis extremos, os solticios eses....
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